A natureza pragmática da inteligência em Henri Bergson

Procuro mostrar neste artigo os argumentos que Henri Bergson apresenta para expor uma realidade que, segundo ele, não pode ser captada, em sua verdadeira essência, pela inteligência humana, devido à natureza pragmática desta última. A contemplação estética já nos sinalizaria outro tipo de conhecime...

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Bibliographic Details
Main Author: Rodrigo Mota
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Sociedade Hegel Brasileira 2025-07-01
Series:Revista Opinião Filosófica
Subjects:
Online Access:https://opiniaofilosofica.org/index.php/opiniaofilosofica/article/view/1124
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Description
Summary:Procuro mostrar neste artigo os argumentos que Henri Bergson apresenta para expor uma realidade que, segundo ele, não pode ser captada, em sua verdadeira essência, pela inteligência humana, devido à natureza pragmática desta última. A contemplação estética já nos sinalizaria outro tipo de conhecimento que consegue captar a realidade oculta àquela faculdade. Além disso, num dos pensamentos mais originais de Bergson, o autor francês rejeita a ideia, iniciada por Aristóteles, do instinto animal como etapa anterior à inteligência. Baseando-se numa visão própria sobre a evolução da vida, o filósofo francês vê o instinto como um outro caminho seguido pela vida na sua batalha constante com a matéria inerte. As fabricações do instinto são perfeitamente adequadas para o fim que almejam, e suas ações são realizadas de forma inconsciente, posto que há uma adequação perfeita entre ação e representação da ação. Os frutos da inteligência, por outro lado, são imperfeitos, por isso abrem uma margem de escolha e deliberação para o fim a que almejam, despertando a consciência nos seres que dela se utilizam.
ISSN:2178-1176