Disparidades raciais no acesso ao transplante para mieloma múltiplo:

O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia cujo tratamento pode incluir o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH). A literatura aponta desigualdades raciais no acesso ao TCTH, mas há poucas informações sobre essa questão no Brasil. O estudo objetivou analisar a composição racial de pacient...

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Main Authors: Cathia Alves Pereira, Gabriela Carvalho Barbosa Neves, Isabella Carolina de Oliveira, Thiago Macedo, Guilherme Silva Bruno Barbosa, Giullio Savi, João Victor Piccolo Feliciano
Format: Article
Language:English
Published: Editora Uningá 2025-06-01
Series:Revista Uningá
Subjects:
Online Access:https://revista.uninga.br/uninga/article/view/4707
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Description
Summary:O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia cujo tratamento pode incluir o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH). A literatura aponta desigualdades raciais no acesso ao TCTH, mas há poucas informações sobre essa questão no Brasil. O estudo objetivou analisar a composição racial de pacientes submetidos ao TCTH autólogo para mieloma múltiplo em um único centro no Brasil, discutindo o acesso ao tratamento. Foi realizada uma revisão retrospectiva dos TCTH realizados entre 2014 e 2022 em um centro acadêmico no Brasil. Os pacientes foram categorizados conforme o IBGE: brancos, pardos e pretos. Foram avaliadas variáveis como idade no momento do transplante e procedência por macrorregião. Os dados foram apresentados em estatística descritiva. Foram incluídos 130 pacientes: 106 brancos (81,5%), 10 pardos (7,7%) e 14 pretos (10,8%). Quanto ao sexo, 71 eram homens (54,6%) e 59 mulheres (45,4%), sem diferenças significativas entre os grupos raciais. A mediana de idade dos brancos foi de 60 anos e a dos pretos e pardos foi de 53 anos. Entre os subgrupos, os brancos do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste representaram 76,4%, 17% e 2,8%, respectivamente, enquanto pretos e pardos representaram 62,5%, 12,5% e 20,8%. Este estudo identificou maioria branca entre pacientes submetidos a TCTH para o manejo do MM em um único centro. É essencial aprofundar a análise dessas diferenças, pois esses achados podem refletir fenômenos do sistema de saúde brasileiro. Discutir essa questão é crucial para entender melhor o acesso ao transplante, considerando fatores que contribuam para a desigualdade nesse grupo de pacientes vulneráveis.
ISSN:2318-0579